Em 2017 nós notámos um aumento no número de experiências partilhadas no nosso site de França sobre a Levotiroxina.
Isso foi causado por uma alteração na formulação deste medicamento.
Em Setembro de 2017, publicámos as nossas conclusões sobre este tópico no artigo Levotiroxina: mais utilizadores insatisfeitos após alterações na fórmula.
Desde a publicação desse artigo muito aconteceu. A agência Francesa para a segurança dos produtos de saúde, ANSM,
publicou um relatório onde refere que o aumento dos efeitos secundários foi causado possivelmente por um desequilíbrio hormonal da tiróide.
Considerando que antes da mudança na formulação os pacientes estavam bastante satisfeitos com o seu tratamento para a tiróide e sentiram muito poucos sintomas e suaves, temos agora completamente o oposto depois da formulação da Levotiroxina ter sido alterada.
"...este tratamento privou-me de um ano da minha vida. Só agora estou a começar a ficar melhor. Gostava de ter um terceiro filho, mas agora..."
"Estou chocado que brinquem com a saúde das pessoas. Percebi a ligação dos meus problemas com as notícias em Agosto de 2017. Vários
médicos trataram-me como se fosse doido e passaram-me sedativos (que eu nunca tomei)..."
"Tonturas, exaustão, perda de cabelo e náuseas desapareceram em 8 semanas mas as dores abdominais no pâncreas e a falta de apetite e uns restos de
fadiga crónica persistiram até meio de Fevereiro. Encontrei a minha condição "normal" ao fim de 5 meses e meio..."
Os pacientes estão muito frustados com a falta de comunicação. Três em cada quatro pacientes não foram informados da alteração na formulação.
"...muito zangado pela negação dos médicos e autoridades de saúde, [eles têm] mais confiança nos laboratórios. Sem saber fomos usados
como cobaias e fizeram-nos passar por deprimidos. Acrescento que os meus testes ao sangue continuaram normais, excepto as transaminases que tinham
duplicado..."
"As reações gerais da profissão médica (com algumas excepções, felizmente) foram e ainda são inapropriadas e
desdenhosas com respeito à dor sofrida e à incerteza do futuro próximo. Nada está resolvido."
Respondentes também mencionaram que não sabiam ou não lhes foi dada qualquer opção para trocar para uma nova medicação quando a mesma foi tornada
pública pelo ministério da saúde. Devido a estas situações os pacientes sentem que a comunicação está a falhar e a resposta do ministério
da saúde foi bastante inadequada.
"Eu gostava de voltar a formulação antiga mas o meu médico não quer isso, tenho a sensação que não estou a ser ouvida..."
"A minha vida foi roubada por causa desta alteração da Levotiroxina. Tenho 60 anos e muito sofrimento físico e moral. O meu corpo está a
sofrer e fiquei acamado"
"...a reação do ministério da saúde foi catastrófica. Mas o que é mais chocante é a reação dos médicos (informados) e
especialistas que duvidaram das nossas palavras e das nossas dificuldades! Eu até ouvi um endocrinologista amigo dizer que tudo isto era uma psicose coletiva!!"
Os pacientes estão zangados em relação a esta falta de informação e sentem que não são levados a sério. De entre esses pacientes 91 respondentes
iniciaram agora um processo judicial (colectivo).
A alteração na formulação da Levotiroxina teve um grande impacto na vida de muitas pessoas. Graves efeitos secundários surgiram,
deixando o paciente à procura de soluções. Para alguns bastou ajustarem a dosagem mas outros necessitaram de trocar para novos medicamentos,
às vezes importados de outros países. Aquela que pode ser a maior queixa foi a falta de comunicação e entendimento.
Esta situação mostra que mesmo as alterações mais pequenas, que se pensa que não trazem consequências, podem efetivamente causar alterações de maior na saúde dos pacientes’.
Obviamente, os estudos de bio-equivalência não prevêem o resultado nos pacientes e devem ser vistos como insuficientes na determinação de respostas na vida real.